domingo, agosto 24, 2008

Criatividade e diversidade à solta nas ruas de Manchester.

Ontem à noite passeei pelas ruas do centro de Manchester. As cores, os penteados, as mais díspares, tanto banais como originais, vestimentas. Uma parada gay e uma festa faziam desaguar nas ruas casais de homens, de mulheres ou trupes alegres e divertidas. A polícia observava, atenta, a circulação dos personagens. Duas polícias, montadas a cavalo, permitiam a tomada de fotografias junto dos animais, acendendo a iluminação própria para cavalos colocada nas celas e nos arreios. De repente, com tanta diferença, com tanta animação, lembrei-me do conceito de cidade criativa onde economia, espectáculo, cultura, elites, estudantes, universidade e gays contribuem para a atractibilidade dos locais.
O meu amigo, um jovem suiço, estava maluco. Nunca tinha visto nada assim. Na véspera, tínhamos ido a um dos principais restaurantes japoneses onde o cozinheiro interagia com os clientes, fazendo-os participar numa animada brincadeira em que malabarismo e mágica se aliavam à comida japonesa. Rodelas de bata frita arremessadas para a boca dos clientes, ovos pelo ar, labaredas, simulação de derrame de ketchup em cima dos clientes.
Confesso que não é o tipo de restaurante japonês a que me habituei a frequentar, mas lá que foi diferente, isso foi.
Ah, muita cerveja e alcoól a correr nas veias e pelas gargantas abaixo.E o sentido prático das coisas vai ao ponto de se colocarem mictórios especiais, provisórios, nas praças centrais onde os transeuntes podem rapidamente desfazer-se das suas águas.
Tudo sob o superior olhar do "big brother" colocado em todas as ruas.

sexta-feira, agosto 22, 2008

Cavaco, o casamento e família.

A questão é demasiado importante para passar em claro. O Estado deve salvaguardar direitos de uma vida em comum. O Estado deve garantir que, salvaguardados esses direitos, defendidos os interesses dos filhos, o contrato não se sobreponha aos sentimentos, à realidade das relações.
O que está em causa é mais uma pedagogia da responsabilidade e não a falsa moralidade que confunde casamento com procriação, que desvirtua a realidade dinâmica das relações pela imposição, para além do sensato, de limites ao divórcio. Não podemos ceder ao baile de máscaras. A responsabilidade aumenta quanto maior for a liberdade e o conhecimento das consequências dos direitos e deveres e responsabilidades resultantes da celebração do contrato. Tudo o mais se deve passar no plano da liberdade individual da cada um.
O conservadorismo peca por centrar a questão na moralidade e não na responsabilidade e liberdade. O progressismo, aqui, tem a vantagem de reconhecer a realidade e apelar aos valores da liberdade responsável.

quinta-feira, agosto 21, 2008

Resta uma atitude olímpica: demitam-se ou demitam-nos.

Em homenagem aos vencedores Nelson e Vanessa os dirigentes olímpicos deveriam demitir-se. Não souberam gerir as expectativas. Deram alguns sinais de abuso de poder. Não conseguiram aplicar o esforço e o dinheiro de forma correcta nas potencialidades dos nossos atletas. O resto é muito técnico: mais piscina, menos fato de banho, mais canoa, menos canoa, mais sapatilha menos sapatilha, detalhes de uma atitude saloia.
Grandes ganhadores antes dos desafios, ainda que por geração espontânea, grandes deprimidos depois da desilusão.
Tão normal. Tão fácil de adivinhar. Nem sequer é uma situação idêntica ao Fernando Mamede que por razões psicológicas capitulava.
E a nossa imprensa tão depressa enche a vela e ajuda, como vira a página e logo tenta encontrar culpados.
Por mim estou satisfeito. Poucas mas boas. Que sirva de lição.
Não sei como ficámos nas provas de tiro... A modalidade em que o treinador foi substituído por um dirigente. Será verdade?

Cavaco no seu melhor.

Os indícios aí estão. Cavaco e Manuela unidos em cruzada contra a leviandade no divórcio, pelo casamento para procriar. Enfim, a clivagem entre conservadores e progressistas, entre os que defendem velhos preconceitos e os que optam por reconhecer a realidade, sem máscaras, começa a ganhar forma.
Espero para ver.

quarta-feira, agosto 20, 2008

Sempre podemos exportar a ASAE.

Estou em Manchester. Pela amostra de restaurantes e afins, bem podíamos aproveitar o conhecimento e prática da ASAE e exportar os seus serviços e técnicos por uns tempos. Será que me enganei no País ou nós somos mesmo uns papalvos mais papistas que o Papa...
Ontem comprei um Kebab que foi inteirinho para o lixo. Aquela cozinha, a forma como foi deitada a comida para cima do pão, o aspecto dos empregados, hum...
Fica para reflexão.

terça-feira, agosto 12, 2008

Hoje tive um grande dia. Velejei, nadei, conversei com gente interessante.

Ao final da manhã encontrámo-nos na magnífica Marina de Portimão. O motivo foi um passeio de barco à vela. Saído da barra do Rio Arade, içamos as velas e com um magnífico vento, velas cheias, aí fomos num bordo largo até ao largo da Praia do Vau. Fundeámos e a conversa decorreu farta entre mergulhos e petiscos. Médicos, arquitectos, professores, gestores, consultores, estudantes, todos participaram numa conversa que muito me enriqueceu.
Foi um dia magnífico.

domingo, agosto 10, 2008

Um cabo das tormentas.

Cheguei ao Algarve e verifico que Portimão mudou, está animado, há uma boa onda. Um pouco por todo o Algarve festas, há pessoas bonitas. Quando chega a hora de comer é que é o problema. O serviço de mesa e da restauração não acompanha o sabor da comida, a qualidade dos locais. É uma pena. Mas não sei como daremos a volta.

Modos diferentes de vida e de estar.

Normalmente, ao longo de anos, sou desafiado para batalhas difíceis, aparentemente impossíveis. Foi assim, em 1991, quando o actual Ministro dos Negócios Estrangeiros de Angola, João Miranda, à frente de Augusto de Carvalho, ex-director do Expresso, e de Melo Antunes, já falecido, me desafiou para a campanha do MPLA e para ser conselheiro de Eduardo dos Santos. Nessa ocasião João Miranda disse:" sabe que está do lado que vai perder as eleições, do lado mais difícil...". Para mim foi um desafio. Respondi, na presença dos três, que pior não poderíamos ficar. O mesmo já sucedeu quando me chegam situações de crise onde ninguém vê a luz ao fundo do túnel.
Nessas ocasiões o meu critério é, se acredito na missão, e acho que posso ser útil.

Outros há que raciocinam ao contrário. "Acho que fulano, que o partido tal, que aquela causa está ganha e, como tal, tenho de fazer tudo para seduzir quem aconselha a escolher-me para a campanha, para a conta." Se é perdedor, não interessa. Se me cria problemas, não interessa. O que é preciso é estar na onda. Até porque a memória das pessoas é curta.

Quem está errado?

Ninguém, são duas posturas de vida e comerciais legítimas. Dois caminhos para o sucesso. Cada qual escolhe o seu. Um mais rápido e astuto. Outro que leva mais tempo.

Não me queixo, apenas constato.