domingo, março 13, 2011

Uma geração de pessoas exemplares. Vejamos porquê.

Temos uma geração de políticos, da esquerda à direita, que são um exemplo para os "rascas" e para os " à rasca" e para todos nós. Não são deuses, não são sobre dotados, são de carne e osso como todos os portugueses.

Foram jovens de origens diferenciadas, vieram de meios rurais ou citadinos, alguns mudaram abruptamente de vida com o 25 de Abril e com as suas famílias tiveram de mudar de terra, entregaram-se a causas sociais, políticas ou tiveram privacidades e dificuldades em razão da sua origem, condição económica, convicções políticas. Tiveram de fugir ou emigraram.
Não puderam estudar ou então acharam que na altura dos estudos as causas sociais e a luta política eram mais motivadoras, importantes e produtivas que uma escola chata.
Chegaram ao topo. Marcaram as suas gerações, deixaram a sua marca por onde passam. Voltaram a entrar no sistema escolar, onde completaram as sua formação ou recuperaram a formalidade de um país de doutores. Construíram carreiras políticas e académicas em Portugal e no estrangeiro. Alguns são docentes, outros catedráticos, outros líderes partidários. Alguns empresários.
São uma geração que deve ser louvada porque deu tempo, deu vida, porque deram, com alegria e coragem, os seus melhores anos e energias a ideais e causas importantes e, hoje, estão a agarrar nos destinos de Portugal.
Vou dar exemplos, onde a origem, a classe social e a cor partidária não os identifica: Jerónimo de Sousa, Francisco Louçã, Pedro Passos Coelho, Carlos Coelho, José Sócrates, António José Seguro, Manuel Monteiro e muitos outros que na vida empresarial e associativa lideram.
As perguntas que faço são:

O que fez com que pessoas que são hoje líderes tivessem de correr uma parte das suas vidas por fora da escola e sentirem-se realizadas fora dos caminhos normais de um jovem?

O que não tinham (e não tem ainda) a escola e os mecanismos sociais que fez com que uma geração não se sentisse realizada, no seu tempo, nela?


Porque é que as nossas escolas são uma chatice, não preparam pessoas para serem líderes, para serem criativas, para fazerem coisas úteis.


Quantos ficaram pela margem e não conseguiram atingir o topo como estes líderes, que por diversas razões fizeram e atingiram os seus sonhos?

O que faz que portugueses altamente dotados, a investigar, com invenções mundiais, que valem mais para Portugal do que petróleo, sejam empurrados para baixo?


A maioria destes líderes, e outros que eu não enumerei, parou os estudos, não conseguiu estudar, foi impedida de estudar, estudou e adquiriu conhecimentos por si só, e hoje são líderes, professores, têm projectos para Portugal e no Mundo.

É por estes exemplos, sem idade, que olho com orgulho e dou valor a muitos dos nossos dirigentes políticos actuais. Pelas mesmas razões que aponto com desdém o dedo aqueles teóricos, filhos de famílias de bem, que despertaram para a política já casados, que herdaram nomes, que se sentam onde os seus antepassados já se sentaram nas cadeiras do poder, e que estão na linha da frente do bota a abaixo.

Portugal mudou. Mas o medo instilado pela ditadura política, pela ditadura dos costumes, pela auto censura, a par de um sistema de formação social e escolar coxo, continuam a ser amarras muito pesadas.

Vamos lá a pegar no pouco que falta para introduzir no sistema instrumentos de realização social e comunitária, apetrechos comportamentais, tecnológicos e científicos que nos permitam ser cidadãos e ganhar a vida, realizados, em qualquer parte do mundo.

E que esse percursos não tenha de ser efectuado através de percursos enviesados, que tanto podem levar ao topo, como deixam a maioria na berma.

É por isso que admiro essa geração de líderes que fez, que falou, que faz, e que está a substituir os líderes do passado, que subiram certinhos mas sempre cumprindo as regras do Portugal hierarquicamente quietinho e correcto. Que completaram as lacunas do sistema com as benesses de uma vida social que lhe s permitiu ter acesso a conhecimentos e a experiências que a maioria dos portugueses não pode e não teve possibilidade de ter.

Portugal sempre foi uma garrafa com um gargalo muito apertado. E é esse gargalo que todos temos de saber alargar e depressa.

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