domingo, julho 09, 2006

Capitalismo unido contra o subdesenvlvimento. Um falso paradoxo.


Eles normalmente são os maus da fita. E também são muitas vezes.
Eles são a causa das nossas desgraças, os responsáveis da exploração do homem pelo homem, subjugados ao fim materialista do lucro. Também contribuiram para isso.
Eis que eles, mais do que os governos, organizações internacionais, dão as mãos e aplicam os milhões e milhões que ganharam no combate à doença e ao subdesenvolvimento no terceiro mundo.
Bill Gates, o homem mais rico do mundo, criou em 2000, a Fundação Bill e Melinda Gates, a maior instituição filantrópica do mundo, com um orçamento de 30 mil milhões de dólares para apoiar programas nas áreas da saúde e da educação no terceiro mundo. Apoiam trabalhos de investigação na área da sida, malária, tuberculose e saúde pública, e na educação, com atribuição de bolsas e assistência a jovens e crianças desfavorecidos e apoio a escolas públicas e privadas.


Agora, o segundo homem mais rico do mundo, o magnata Warren Buffett vai doar 85% da sua fortuna, 37,4 mil milhões de dólares, ao homem mais rico do mundo, para ser aplicada em acções de beneficência. A Fundação Bill e Melinda Gates passa a dispor de 60 mil milhões de dólares para apoio aos desfavorecidos e promoção das condições de vida, de educação e de saúde, de muitos milhares de pessoas pelo mundo inteiro.
"No ano passado o programa das Nações Unidas para a sida despendeu 172 milhões de dólares, a fundação de Bill Gates gastou seis vezes mais no financiamento de pesquisas sobre a mesma doença e também sobre a tuberculose e a malária."

Os dois homens mais ricos do mundo, fruto da sua visão de médio e longo prazos, já perceberam que o mundo não se poderá desenvolver harmoniosamente enquanto a doença e a pobreza graçarem e ceifarem a vida a milhões de pessoas. O planeta tornou-se muito pequeno para conter os grandes egoísmos e atentados contra a humanidade que nele ocorrem.
Só a liberdade e a igualdade podem permitir um desenvolvimento harmonioso e garantir o bem-estar conquistado.

Só com homens de visão, como as àguias que voam alto e vêem longe, o mundo avança. Por cá temos Gulbenkian, Champalimaud e outros mecenas que mesmo depois de mortos nos surpreendem com os seus legados. As outras razões não são essenciais.

quarta-feira, julho 05, 2006

Acordar ao som de violinos, numa manhã de sol


Domingo acordei ao som de violinos.
Ouvi sons agradáveis. Segui a direcção dos sons e abeirei-me da varanda do hotel. Esta estava debruçada sobre um jardim japonês, com calhaus rolados, bambus, pontes e passadiços de madeira suspensos sobre a água que guardava peixes vermelhos. O jardim era o centro do quadrado formado pelos quatro lados internos do Hotel Royal Garden, com vários andares de varandas a toda a volta, implantados como colmeias. A melodia, de músicas de todos os tempos, provinha das diversas varandas, ao redor das quatro faces internas do quadrado formado pelo interior do edifício, onde, posicionados de forma desalinhada, crianças e mais velhos montaram um espectáculo fantástico de sons que brotavam harmoniosamente dos seus violinos.
Foi um momento único, irrepetível, simples, que tornou inesquecível este acordar em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel. Foi uma despedida, a deles e a minha. Encontrámo-nos no avião.
Valeu a pena regressar aos Açores.