quinta-feira, maio 24, 2007

Elites de ontem e de hoje. A diferença entre os bancos da frente e os da última fila.

Ontem, em conversa com o professor Ernâni Lopes, chegámos às elites e detentores de cargos públicos e políticos, e ele contou uma história ouvida em Espanha:

" ... antigamente quem ocupava os cargos na política e lugares públicos eram os alunos da frente, da primeira fila. Agora são os da fila de trás... ".

Embora com exagero, a imagem tem alguma verdade, pois a política deixou transparecer que não está entregue aos melhores e mais capazes.

O mesmo professor que no âmbito do Circulo de Reflexão Lusófona pede aos membros do Círculo que se dispam dos adornos, enfeites e comunguem o que têm de comum em prol da Lusofonia.
O que se pede é mais dedicação e competência e menos pompa e fogo de artifício.

Círculo de Reflexão Lusófona. Ernâni Lopes, brilhante e pragmático.

Ontem fui convidado para assistir aos trabalhos de um grupo de cidadãos lusófonos, unidos à volta do Clube de Reflexão Lusófona, agindo para a construção de um ideal comum de vivência, de vizinhança, de respeito mútuo, de liberdade e igualdade.
Ernâni Lopes é um dos pilares deste fórum. A par dele gente da Lusofonia de diversos sectores de actividade. Gostei. Agradeço a amabilidade, a confiança de ter assistido á preparação dos próximos passos, e a simpatia. A sociedade civil vai reagindo e regenerando os aspectos menos bons da vida em sociedade.
O professor estava em grande forma, pragmático e brilhante.

sexta-feira, maio 18, 2007

Notícia cirúrgica sobre o independente e moralista Sá Fernandes

O gabinete de José Sá Fernandes custava ao orçamento da Câmara Municipal de Lisboa 20 880 euros por mês. Com 11 pessoas, das quais nove assessores técnicos, uma secretária e um coordenador de gabinete, auferindo salários mensais entre 1530 euros e 2500 euros, o ex-vereador do BE .
Quem sai aos seus... Só lá faltava o serviço de bar aberto com umas pedrinhas de gelo sempre à mão.
Não brinquem mais com o pagode. Assumam de caras os motoristas,os mercedes e tudo o mais mas deixem-se e histórias. Vivemos na era da informação. Tudo corre depressa, embora para alguns depois do almoço as coisas fiquem mais turvas e vaporosas.

Dia da Espiga ou Quinta-feira da Espiga.

Ontem foi dia da Espiga. Tradicionalmente, de manhã cedo, rapazes e raparigas vão para o campo apanhar a espiga e outras flores campestres.Com elas, formam um ramo com: espigas de trigo, folhagem de oliveira, malmequeres e papoilas. O ramo pode também incluir centeio, cevada, aveia, margaridas, pampilhos, etc.
Os desejos são aquelas coisas simples da vida: que nunca nos falte o pão, a paz, a alegria e o amor.
A espiga é guardada, em casa, atrás da porta, durante o ano.
Ontem vendiam-se espigas em pleno Marquês. Mas que dia lindo em Lisboa.
Carmona desiste. Costa avança suportado na contradição Júdice/Saldanha Sanches. Aguarda-se por Roseta. O resto é folclore. Que a espiga nos livre e à política dos falsos independentes candidatos, candidatas, mandatários e outros oportunistas políticos. Na vida não há independentes. Deixem-se disso. Júdice apoia o meu amigo Costa na qualidade de independente, depois de ter saído há meia dúzia de dias do PSD. Helena Roseta diz-se independente depois de ter entregue o cartão de militante do PS há uns dias, perante o silêncio de Sócrates. Sá Fernandes é independente apoiado no Bloco, depois de ter sido quase abandonado pelo Bloco, e de se ter oferecido,ao PS, quando quase preterido em favor de Helena, pelo líder do Bloco.
Nem no Trombinhas e similares as meninas se consideram menos sérias e impolutas do que as mais respeitáveis Senhoras da nossa sociedade. Talvez tenham razão.
Comprem uma Espiga e deixem de brincar com a política.

quarta-feira, maio 16, 2007

EUA:Harvard aprova novo curriculo em 30 anos. Em Portugal em 30 anos já mudámos quantos currículos...

A Universidade de Harvard aprovou terça-feira um novo currículo de educação geral, pela primeira vez em três décadas.O novo currículo requer que o estudante tenha cursos semestrais em sete áreas que vão desde a argumentação ética, destreza crítica, raciocínio matemático, ciências de sistemas de vida, ciências do mundo físico e "os Estados Unidos e o Mundo". Exige também um curso com a duração de um semestre focado "na cultura e na crença das sociedades humanas". Este novo currículo surge depois de anos de debate interno sobre que cursos devem ser exigidos a todos os estudantes de Harvard.
Fontes em Harvard, fundada há 370 anos para treinar ministros puritanos, disseram que os objectivos do novo currículo se centram na preparação dos estudantes para a cidadania e "para responder crítica e construtivamente à mudança e para desenvolver a compreensão dos estudantes sobre as dimensões éticas do que dizem ou fazem.

Uns, sem História, sem Cultura, desconhecedores do Mundo, acrescentem-lhes todos os disparatados epítetos habituais, levam 30 anos a mexer nos currículos. Resultado, Harvard contribui com mais ministros e líderes mundiais do que quase todas as restantes universidades juntas.

Nós, com História, Cultos. conhecedores do Mundo, acrescentem-lhes a presunção e água benta habituais, mudamos de currículos todos os anos e continuamos na cepa torta, agarrados a falsos estatutos de papel, na mão de uma casta de velhos catedráticos, de ministros e ex-ministros vindos ou a caminho da Gulbenkian, que deixaram este País nada melhor em termos de preparação para o que interessa: saber fazer, saber viver, saber conhecer, saber questionar, saber resolver, saber o que se quer, saber ir para o que se quer.

Mais palavras para quê.

Acho que na 5 de Outubro deveria existir um mura electrónico, qual quadro de cotações em Bolsa, onde índices de analfabetismo, iliteracia, abandono escolar, insucesso escolar, reprovações, etc seriam acompanhados pelo nome e fotografia dos ministros que por lá passaram, em homenagem à sua obra ao longo de 30 anos, o tempo que Harvard leva a mexer no currículo.



sexta-feira, maio 04, 2007

Carmona muito mal.

Carmona podia ter saído bem. O discurso tinha bons ingredientes mas a forma como desafiou Marques Mendes, como não viu o pântano em que se transformou a política na autarquia estragou tudo.
Um bom homem mas que não soube fechar a porta e abrir outras mais. Afinal as coisas já não tinham corrido bem com Santana Lopes. Repetiu a história, agora, com Marques Mendes.

Arguidos podemos ser todos nós. E daí...

Marques Mendes está a penar por ter desvirtuado o conceito de arguido no passado. Uma boa intenção, uma corajosa atitude foi mal expressa e agora ele está refém da sua posição.
Mas o perigo é que qualquer político pode ser arguido por boas ou más razões, por artifícios políticos, por calúnia e por esse facto não deve ser colocada em causa a sua idoneidade.
O que importa é traçar uma linha forte que separe a condição de acusado da de arguido. Não sei como se conseguirá recuperar a função inicial do instituto e estatuto de "arguido", a bem da estabilidade política e do bom nome das pessoas.
Claro que cada titular de cargos políticos deve afastar-se imediatamente quando conscientemente vir que a sua situação não é boa para a instituição que dirige.
Não compreendemos situações como as de Isaltino Morais, Valentim e outros. Também tenho conhecimento de outros que vítimas de chicana política são atacados na praça pública demonstrando-se durante o julgamento as falsas declarações das testemunhas e a sua inocência.

Independentes geram dependencias

Os partidos devem repensar o recrutamento de independentes para candidaturas a lugares estratégicos e electivos. Quando chega a hora da verdade ninguém tem mão neles, esquecem-se que pertencem a uma organização mais vasta, que tem um programa e compromissos de acção.
Esta verdade serve para todos os partidos. Os independentes, sempre que possível, que arranjem assinaturas e vão à luta por pé próprio. Aí dependem só deles.
Não percebo tamanha trapalhada na Câmara de Lisboa, o ziguezaguear e taticismo da oposição, que quer e não quer.
A política tem de ser mais clara.