quinta-feira, setembro 07, 2006

Betinhos radicais: certinhos, mas com atitude


Isto já não é o que parecia ser no tempo dos homens feitos - como eles nos chamam. Os jovens pertencem a tribos que são territórios de imagem, de pensamentos e de vivências com fronteiras claras: os betinhos, os betinhos radicais, os betinhos agrários, os góticos, os punks, os metrosexuais, os yuppies, os freaks, os mitras, os dreads, entre muitos mais. No trabalho, frenteà minha secretária, calhou-me uma betinha radical. Mistura "piercings" com o bom gosto, a educação, a voz suave e controlada, e simpatia.
Levando o tema para o lado do marketing e dos mercados, hoje o marketing tem de ser único, diferenciado, com capacidade para satisfazer plenamente este tipo de consumidor que muda de estatuto ao longo dia, como se de um camaleão se tratasse, como definiu Dubois.

sábado, setembro 02, 2006

Sócrates tem memória e sabe o que quer.



Sócrates tem memória. Não esquece que, apesar do mérito e da determinação do próprio, deve muito ao PS pelo facto de ter chegado ao Governo e de hoje ser primeiro-minstro. E neste particular, a par do serviço ao País, demonstra querer continuar a servir diariamente o projecto político do seu partido, refomando e modernizando a organização, apostando nos novos quadros e na formação política.
Gostei de ler no seu artigo de opinião o contrário do que me fartei de observar e de ouvir a outros líderes do partido:
"É meu dever ter tempo para o partido que me elegeu", Expresso de 2/09/2006. Não " se resigna à ideia perigosa de que quando se está no Governo não se tem tempo para o partido".
E dá o exemplo, extinguindo a Comissão Permanente e relembrando que semanalmente arranja tempo para dirigir o PS, cumprindo um dever de militante e para com o País, que é o de manter um partido moderno, pensante e não atrofiado pelas benesses e comodidades do Governo. Um instrumento de que muitos se servem e deitam fora após a chegada ao poder.
Desde os meus tempos de director do Jovem Socialista, na direcção de António José Seguro, em que não havia dinheiro para pagar instalações mas muita determinação e imaginação, que não sentia tanto orgulho de pertencer ao PS, e no seu líder.
Guterres partiu, resignado e impotente.
Ferro, voluntariosamente e de boa fé, não distinguiu o essencial do acessório, a amizade dos assuntos institucionais e de Estado. Soçobrou à beira da margem.
Só com esta determinação, humildade, memória e visão de futuro, demonstradas por Sócrates, se conseguem maiorias absolutas, se conquista o partido e os portugueses.
Que os outros camaradas tomem nota destas declarações e lhe sigam o exemplo e a prática. "Devo dar um sinal claro de que valorizo o papel do Partido Socialista como protagonista fundamental da maioria absoluta que apoia o Governo. E vejo as coisas assim: não há um PS no Governo e outro fora. Há um único PS que sabe que a sua principal tarefa perante os portugueses é governar - e governar bem. ", disse o Secretário-Geral do Partido Socialista, no Expresso.
Temos líder e estadista. Deixem-no trabalhar, que eu vou fazer o mesmo, por caminhos nem sempre coincidentes com os do meu partido. É a vida. Coisas da minha profissão, que as liberdades de Abril permitem, embora nem sempre de forma fácil.