sábado, setembro 02, 2006

Sócrates tem memória e sabe o que quer.



Sócrates tem memória. Não esquece que, apesar do mérito e da determinação do próprio, deve muito ao PS pelo facto de ter chegado ao Governo e de hoje ser primeiro-minstro. E neste particular, a par do serviço ao País, demonstra querer continuar a servir diariamente o projecto político do seu partido, refomando e modernizando a organização, apostando nos novos quadros e na formação política.
Gostei de ler no seu artigo de opinião o contrário do que me fartei de observar e de ouvir a outros líderes do partido:
"É meu dever ter tempo para o partido que me elegeu", Expresso de 2/09/2006. Não " se resigna à ideia perigosa de que quando se está no Governo não se tem tempo para o partido".
E dá o exemplo, extinguindo a Comissão Permanente e relembrando que semanalmente arranja tempo para dirigir o PS, cumprindo um dever de militante e para com o País, que é o de manter um partido moderno, pensante e não atrofiado pelas benesses e comodidades do Governo. Um instrumento de que muitos se servem e deitam fora após a chegada ao poder.
Desde os meus tempos de director do Jovem Socialista, na direcção de António José Seguro, em que não havia dinheiro para pagar instalações mas muita determinação e imaginação, que não sentia tanto orgulho de pertencer ao PS, e no seu líder.
Guterres partiu, resignado e impotente.
Ferro, voluntariosamente e de boa fé, não distinguiu o essencial do acessório, a amizade dos assuntos institucionais e de Estado. Soçobrou à beira da margem.
Só com esta determinação, humildade, memória e visão de futuro, demonstradas por Sócrates, se conseguem maiorias absolutas, se conquista o partido e os portugueses.
Que os outros camaradas tomem nota destas declarações e lhe sigam o exemplo e a prática. "Devo dar um sinal claro de que valorizo o papel do Partido Socialista como protagonista fundamental da maioria absoluta que apoia o Governo. E vejo as coisas assim: não há um PS no Governo e outro fora. Há um único PS que sabe que a sua principal tarefa perante os portugueses é governar - e governar bem. ", disse o Secretário-Geral do Partido Socialista, no Expresso.
Temos líder e estadista. Deixem-no trabalhar, que eu vou fazer o mesmo, por caminhos nem sempre coincidentes com os do meu partido. É a vida. Coisas da minha profissão, que as liberdades de Abril permitem, embora nem sempre de forma fácil.

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