terça-feira, dezembro 20, 2005

Como se come um elefante?



É nos momentos de crise que surgem as oportunidades. E, infelizmente para as vítimas, nos períodos posteriores aos grandes conflitos mundiais houve grandes inovações, mudanças positivas no papel desempenhado por alguns segmentos da população, como as mulheres, e surtos de inovação tecnológica e crescimento.

Os portugueses estão confrontados com grandes desafios à sua capacidade inovadora e empreendedora. Para uns é ao Governo central que cabe encontrar soluções.

Penso que chegou a hora do poder local afirmar-se e aproveitar esta janela de oportunidade. Parto do princípio que a soma das partes faz uma todo. E que se cada parte contribuir positivamente para esse todo o somatório será proveitoso para todos.

Portugal Positivo. Autarquias por Portugal. São duas ideias-chave de um movimento que deveria ser lançado pelos autarcas, encabeçado por autarcas modelo deste país, e que traçaria as metas para uma governação mais eficaz, criativa e criadora de riqueza em cada concelho.
Os autarcas têm agora a oportunidade de olhar para o seu território e definirem de forma séria e realista os seus pontos fortes e potencialidades. O critério é simples: criação de riqueza local, fomento de novos empregos, captação de investimentos e receitas do exterior, racionalização de gastos e maior transparência e aproximação dos serviços da autarquia aos cidadãos, desburocratizando, desmaterializando processos e simplificando a vida às pessoas e às empresas.

São meia dúzia de critérios simples que podem ser aplicados na obtenção de resultados simples e à medida de cada concelho.
As paisagens estão aí, basta cuidar e tirar partido delas. Os produtos tradicionais existem, basta saber potenciar a sua venda e entrada no mercado de forma sustentada e sem rupturas. As pessoas estão aí, à procura de oportunidades de trabalho, de requalificação, de novos sítios para se radicarem e realizarem os seus projectos de vida.

O poder local e regional pode ser a chave para darmos a volta ao grande problema de Portugal. É na acção e nos seus resultados que se conquista o espaço reivindicado, a capacidade de influenciar. Ninguém dá nada a ninguém, chamem-lhe regionalização, descentralização, associações inter-regionais.

Senhores autarcas. Futuros autarcas. Olhem com exigência, inovação, ambição e capacidade empreendedora para os vossos territórios. Façam felizes os vossos cidadãos e munícipes. Evitem que eles fujam dos vossos municípios, transmitam a cada força viva da sociedade local uma ideia mobilizadora.
Como seria bom ouvir e sentir o poder local a dizer Presente. Portugal pela Positiva. Nós, autarcas, estamos a contribuir para resolver o nosso grande problema de falta de emprego, de aumento de exportações, de qualificação das pessoas, de aumento de qualidade de vida das famílias.
Tal como um grande problema, um elefante come-se aos bocadinhos.
Boa digestão.

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