segunda-feira, setembro 08, 2008

Angola. Eleições livres e...os erros que se pagam caro.

A UNITA está a pagar muito caro alguns erros estratégicos. Nunca se encontrou à volta de um programa político e de governo alternativo ao MPLA. Não conseguiu resolver a sua dependência excessiva do passado e da imagem do seu líder histórico. Não soube alicerçar a sua aliança internacional junto dos partidos da sua família política.
Outro erro foi ter permanecido agarrada aos cargos governativos do GURN, permanecendo no Governo do MPLA sem qualquer capacidade de decisão.
Por fim, a UNITA não se preparou adequadamente, com a escassez de recursos em que vive, para as eleições.
O MPLA, ao contrário da UNITA, leva sempre muito a sério as batalhas que trava no plano político e internacional.
Perante tudo isto, a memória de Savimbi e da guerra, que habilmente foi sendo colada à UNITA, não tinha quaisquer dúvidas sobre a vitória do MPLA.
As minhas reticências, talvez injustas, prendem-se apenas com a dimensão da derrota. Será que a UNITA perdeu toda aquela base de apoio tradicional que ao longo de décadas a apoiou?
10% dos votos parece-me muito pouco.
Resta agora à UNITA concentrar esforços e saber construir uma alternativa verdadeiramente democrática ao MPLA.
Vão ser tempos difíceis para a UNITA. Apenas lhes resta reagrupar e recentrar-se num programa político aguerrido.
Quanto ao futuro de Angola, esperemos que se afirme como um País de liberdade, de desenvolvimento económico onde os seus cidadãos beneficiem de uma quota parte das receitas das suas riquezas naturais.
Nada mais a dizer. Talvez Paulo Lukamba Gato tivesse sido um líder mais combativo. Isaias Samakuva é um diplomata, conciliador, que desempenha neste momento o papel do líder que fez pagar a UNITA pelos erros cometidos ao longo de anos.

Nada mais a dizer. Esperemos para ver a evolução dos acontecimentos. José Eduardo dos Santos corre o risco ser eleito por 100% dos angolanos. Ele é a figura que une todos os angolanos.
É caso para dizer que o MPLA é o Povo e o Povo é o MPLA.

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