domingo, abril 01, 2007

Sem imprensa não há liberdade. Mas ainda estou atordoado.

Há dias , por razões profissionais, barafustei com uma jornalista pelo forma distorcida como o seu jornal estava a preparar uma matéria. Preparava-se o lançamento de uma suspeita e o acirrar de ânimos em vésperas de um grande jogo. Limitei estragos, circunscrevendo um cordão sanitário em redor das declarações do meu cliente.
Dia seguinte, e lá sai o título da suspeita e da lama.
O visado reagiu, esclareceu, e a justiça é reposta, com igual destaque na primeira página, vendo-se que a boa consciência e verticalidade voltou a imperar.
Satisfeito, fiz duas coisas:

Liguei ao cliente e pedi-lhe que lesse o referido jornal e percebesse que vale sempre a pena acreditar, em vez de abandonar e virar costas. A correcção fora feita.

Liguei para a jornalista e dei-lhe os parabéns pela capacidade de emendar a mão e pela reposição da verdade.
A resposta dela deixou-me atordoado e sem comentários:" o que eu acho é que eles deveriam ter ouvido o visado antes de terem feito a primeira notícia em vez de agora estarem a fazer isto."
Mas o contraditório e a audição de todas as partes não é uma regra estabelecida?
Ainda estou atordoado. Mas na véspera eu barafustei sem sucesso e agora oiço isto.
Mas vale a pena continuar a acreditar que o mundo dos jornais e da imprensa vai melhorar.