domingo, maio 17, 2009

Há pessoas com quem não simpatizamos. Nem sabemos porquê. Camilo Lourenço é uma delas. Não nos conhecemos. Mas sei o que sente.


Não tenho dúvidas quanto à defesa dos valores da liberdade de imprensa e da democracia a que nos habituou Francisco Balsemão. Penso mesmo que terá sido o insuspeito e credível Dias Loureiro quem o convenceu de que tudo estava perfeito no reino das arábias.

Camilo Lourenço
BPN: memória curta
camilolourenco@gmail.com




Março de 2001. A revista "Exame", que na altura dirigia, dizia na capa que o Banco de Portugal tinha passado um cartão amarelo ao Banco Português de Negócios. Dias depois recebi um telefonema de Pinto Balsemão. Assunto: o ex-Ministro Dias Loureiro tinha-lhe telefonado por causa do artigo e, na sequência dessa conversa, queria falar comigo. Acedi prontamente.
A conversa com o ex-Ministro foi breve, mas muito elucidativa: Dias Loureiro estava "desagradado" com o tratamento dado ao BPN; o assunto tinha criado um problema com a imagem do banco; disse, não haver qualquer problema com o Banco Português de Negócios; Oliveira e Costa, ex-Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e, à época, Presidente do Conselho de Administração daquele Banco (hoje em prisão preventiva) referiu que estava muito "incomodado" com a matéria da capa da revista (para a qual tinha contribuído, com uma entrevista) e pensava processar a Exame (como, efectivamente, veio a acontecer).

Depois da conversa comuniquei a Pinto Balsemão que não tinha ficado esclarecido com as explicações de Dias Loureiro e que, por mim, a "Exame" mantinha o que tinha escrito. O que aconteceu, depois, é conhecido...

Ao ouvir Dias Loureiro na RTP fiquei espantado. Porque o ex-ministro disse que ficara tão preocupado com o artigo que foi, de "motu proprio", ao Banco Central comunicar que "a Instituição devia estar atenta". Das duas uma: ou Dias Loureiro soube de algo desagradável entre a conversa comigo e a ida ao Banco de Portugal; ou fez "fanfarronice" nessa conversa para esconder os problemas do BPN. Há uma terceira hipótese... Feia. Mas, depois do que se está a passar na "farsa" do BPN, já nada me espanta!

No meu dicionário da língua, portuguesa, 5ª edição da "Porto Editora", consta: Político, adj. Que pertence ou diz respeito à política ou aos negócios públicos; fig. delicado; cortês; astuto; finório; s.m. indivíduo que trata de política; estadista.
Em consequência do que se passa neste país, proponho à "Porto Editora" que acrescente mais: adj. Hominho aldrabão, trafulha, safado, mentiroso, vigarista, desonesto, salafrário, sem verticalidade.

Já me ia esquecendo de referir que:
este Senhor Camilo Lourenço, foi despedido da "Exame" pelo "democrata" Balsemão, enquanto que o sr? dr. Dias Loureiro ...
continua a "aconselhar"??? o Presidente da República em funções consideradas como de "Conselheiro" de Estado !!!

0 Comments:

Enviar um comentário

<< Home