A memória dos homens. A sinceridade das crianças.
Férias de Natal, festas na escola do João. Este ano fui a duas. A da nova Escola e a do Ramalhão, a escola antiga, onde o João foi ver os amiguinhos e antigos colegas a representar. Uma festa, com a família, os professores, as freiras e a criançada.
Na hora do lanche o João brincava com a Carolina, com a Beatriz, feliz, quando vejo o António a chegar com os irmãos e os pais.
Fico contente e cumprimento o António, os pais.
O António foi o coleguinha de cresche do João. Brincavam muito os dois. Iam a casa um do outro. Só falavam um no outro.
Chamei o João e disse-lhe que o António estava ali. E nada. Levei o António ao pé do João, e nada. Disse-lhes que eram os dois grandes amigos. Nada. Ambos, com a sinceridade das crianças, disseram que não se lembravam um do outro e seguiram as suas brincadeiras com os novos amigos. O João, que foi de propósito à antiga escola para ver as suas amiguinhas a representarem na peça de Natal, já não reconhecia o inseparável António.
Ocorreu-me como a memória dos adultos por vezes é como a das crianças. E triste daqueles que como eu se esquecem desse fenómeno humano.
Foi um choque que me trouxe à realidade. Só que os adultos não são sinceros como as crianças.
O João e o António fizeram-me lembrar algo de muito importante sobre a natureza humana.
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