terça-feira, dezembro 30, 2008

Promulgação do Estatuto Político Administrativo da Região Autónoma dos Açores

Valha-nos a coerência de Carlos César. Nesta matéria as assembleias legislativas regional e nacional tinham aprovado por unanimidade, todos os partidos, a proposta de Estatuto. De repente, perante dúvidas legítimas do Senhor Presidente da República, alguns partidos e políticos apressaram-se a tentar fazer a inversão política.
Os portugueses que prestaram atenção à matéria ficaram confusos. Então aprovam e agora dão o dito por não dito? O votado por não votado?
Na perspectiva autonómica qual o mal em ouvir os órgãos próprios da Região? Não entendo esta falsa questão colocada pelo lado de cá.
O que ficou bem claro é que Carlos César sabe fazer valer os seus princípios com firmeza, elevação e respeito, embora alguns tenham querido escamotear este traço fundamental de educação que diferencia os líderes das duas regiões autónomas.
Agora temos de esperar para ver como Cavaco vai proceder com o Governo, nomeadamente em matéria de marcação da data das eleições legislativas e autárquicas. O discurso da crise será propício à marcação de um mesmo dia para as duas. Veremos.

segunda-feira, dezembro 29, 2008

Para que serve uma sondagem?

Para os políticos deveria ser uma fiel amiga, daquelas com quem se convive regularmente. Deverá ser preservada dado o seu carácter íntimo. Ou seja, um instrumento de trabalho. Jamais uma arma de arremesso político. Vejamos se a minha ideia colhe:
- E se acharmos que as pessoas, os eleitores, podem julgar que o adversário é bom, que pode ganhar?
Pois, uma boa sondagem explica-nos isso de forma clara, com pouca margem de erro, logo dispensa a sua publicação.
Porque não entendem isto alguns responsáveis pelas máquinas partidárias?
Voltarei ao tema para explicar a quase nula vantagem eleitoral que a divulgação pública de uma sondagem pode dar.
Na óptica da imprensa faz sentido informar e manter a malta animada.

sábado, dezembro 27, 2008

Sevilha em grande forma.

Sevilha está cheia de vida. Muita animação no centro da cidade, os bares com gente, muita cor, lojas bonitas. Exposições, monumentos abertos, com itinerários acompanhados por "audioguias", sinalética. Muita limpeza. Uma cidade que vibra, com pessoas de todas as idades, proveniências e linguajares. Gente gira. É isto que faz uma cidade vibrar.
As fachadas estão cuidadas, enfeitadas com vasos e canteiros de flores. Senti mais segurança desta vez, elemento ausente nas outras vezes.
Estando aqui em Sevilha, penso nas potencialidades de Lisboa, das ruas estreitas de Alfama, do Bairro Alto, na zona ribeirinha, em tudo o que se pode fazer para tornar Lisboa mais vibrante. E Lisboa, a grande Lisboa, é também a outra margem onde quase tudo está por fazer, junto à praia, junto ao rio: em Porto Brandão, na Costa, um pouco por todo o lado. Mas que povo é este que não aproveita a sua geografia.

Anies Baswedan e a agenda oculta dos extremistas

"O extremista não quer falar dos seus verdadeiros planos porque implicam mudanças na vida quotidiana das pessoas e sabem que não são populares. Para eles é muito melhor ganhar o apoio saindo para as ruas, gritando contra os EUA ou denunciando a ocupação do Afeganistão. Só desta forma podem conseguir o apoio de que necessitam para para levar a cabo a sua verdadeira agenda oculta, que é mudar o modelo de sociedade", afirma Anies Baswedan, numa entrevista ao El Mundo de 27 de Dezembro. Este é considerado um dos 100 intelectuais mais influentes do Mundo.
Ele, com 40 anos de idade, é o Reitor da primeira universidade que criou um curso obrigatório que se chama " Luta contra a corrupção".
Anies não acredita no choque de civilizações. " Não acredito que os conflitos tenham a sua origem nos valores, na cultura, ou na ideologia, porque se fosse assim estaríamos perante problemas eternos." Para ele está parece-lhe uma forma ilegítima de encontrar as razões do conflito entre Ocidente e o Mundo muçulmano.
O extremismo está aí desde o aparecimento do Profeta_ afirma Anies. E pergunta:
_O primeiro califa morreu de doença. DE que causas morreram o segundo o terceiro e o quarto? Para responder prontamente: "assassinados".
Estamos a enfrentar interesses e escolhas calculadas e é aí que se tem de ir encontrar a solução. Se reduzirmos tudo a diferentes pontos de vista ideológicos não haverá maneira de acabar com os conflitos, a não ser que elimines todas as pessoas que pertencem a essa ideologia, conclui o jovem Reitor. Há que olhar para os interesses implicados para perceber porque uma parte decide fazer a guerra ou tomar o caminho da paz, mas fora da ideologia.
Cá está um ponto de vista interessante para as disputas que assolam o nosso mundo. Perceber os interesses, a geo-estratégia dos interesses e actuar longe de ideologias, religiões e outras áreas que merecem um lugar diferente nas civilizações. Aqui pode estar uma das chaves que procuramos para resolver alguns conflitos, fechando ódios e abrindo corações.

Fantástico. As mulheres juntam-se contra a crise na Islandia. Bjork sabe retribuir e lidera.


Crise: Björk cria fundo de capital de risco para ajudar economia islandesa
27 de Dezembro de 2008, 20:25
Lisboa, 27 Dez (Lusa) - A cantora islandesa Björk vai ser a cara de um novo fundo de capital de risco baptizado com o seu nome, que pretende atrair capital de investidores para recuperar a economia da Islândia.
O fundo, orientado para captar investimentos para projectos empresariais que se caracterizem pela inovação e sustentabilidade, foi criado através de uma parceria entre a cantora e a empresa financeira Audur Capital, composta unicamente por mulheres, que ficará encarregue da gestão do fundo.
A empresa colocou 100 milhões de coroas islandesas (cerca de meio milhão de euros) como capital inicial no fundo Björk, explica a Audur Capital na sua página na Internet.
O fundo pretende ajudar na recuperação da economia islandesa, que se encontra perto da bancarrota devido aos efeitos da crise financeira e económica, após o Governo ter sido obrigado a nacionalizar o sistema financeiro e a sua divisa ter sofrido uma forte desvalorização.
NM.
Lusa/fim

quinta-feira, dezembro 25, 2008

A pergunta da Visão foi?

Considera os jornalistas uma mais-valia para o Poder?

A minha resposta teve duas componentes e uma posição de princípio essencial.


O jornalista, enquanto assessor de imprensa de governos, ministérios e organizações de diversa ordem, tanto pode ser uma mais-valia como pode não o ser. Será uma mais-valia quando domina a técnica jornalística, consegue ser consultor, facilita o trabalho dos jornalistas e percebe que a função de uma organização, ministério, presidência de uma autarquia, etc. é saber comunicar e ouvir os seus diversos públicos. Aqui começam as dificuldades.

Será uma menos-valia se for mais uma barreira interposta entre a organização e os jornalistas, se dificultar o seu trabalho, se não conseguir ser para além de assessor um consultor global sobre a melhor forma de comunicar com diversos públicos e de atingir os objectivos da organização e dos seus dirigentes.

Por fim, a posição de princípio é que já começa a ser tempo das pessoas optarem pela profissão que querem, acabando-se com um vai e vem onde uns dias se é assessor, noutros, jornalista, noutro assessor, e até se pode passar a ser administrador de meios de comunicação social. Falta aqui um período de nojo, de descanso, quando se regressa do Poder ou das empresas. Como não vivemos num País rico, e temos brandos costumes, ao menos que se esteja um tempo sem escrever sobre as mesmas matérias que foram profissionalmente tratadas aos serviço de uma formação política, no Governo ou fora dele, numa autarquia, ou numa empresa.
Ou então passa a valer tudo.

Santana vence Ferreira Leite e parte para uma luta difícil.

Santana Lopes, ao contrário da líder do seu partido, é um lutador que não desiste nunca, obrigando os dirigentes do PSD a aceitarem a sua candidatura a Lisboa.
Bom para Santana, mau para o PSD, uma ameaça de regresso ao passado para Lisboa.

A oportunidade perdida de Ferreira Leite.

Não entendo. Olhando apenas para uma liderança que não descolou não se percebe como Manuela Ferreira Leite desperdiçou a derradeira oportunidade para afirmar a firmeza dos princípios apregoados em intervenções públicas. Bastava-lhe ter colocado, com estrondo e de forma firme, uma objecção definitiva à candidatura de Santana Lopes a Lisboa.
Há sinais que valem muito. O de Ferreira Leite significa uma capitulação. Veremos os efeitos políticos desta cedência.

sexta-feira, dezembro 19, 2008

Lembram-se...

Não faz muito tempo em que alguns diziam:
- há que importar as práticas do sector privado, do mundo empresarial, do mercado, para a administração pública e para a governação.
-Os políticos só desbaratam o dinheiro público.
-O Estado deve sair de sectores fundamentais da economia: é mau gestor.

Hoje, essas vozes clamam pela mão protectora do Estado, pedem a sua intervenção na economia.

Afinal há gestores e financeiros privados que rebentaram e fizeram sumir quantias enormes de dinheiro das suas empresas, dos seus clientes e até de depositantes públicos.

A lição que fica: as generalizações dão sempre mau resultado na análise.

Há bons gestores públicos e privados, há bons políticos como há maus empresários.

Quando chegarmos ao inferno os pecadores não serão apenas de um sector.

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Ana Gomes, a controversa deputada demonstra aqui ser justa e saber separar a conjuntura do sentido de Estado. Gostei.

Ali Alatas: Ana Gomes lamenta morte de «grande diplomata»A eurodeputada socialista Ana Gomes lamentou hoje a morte de Ali Alatas, antigo ministro indonésio dos Negócios Estrangeiros do ditador Suharto, considerando que «se perdeu um grande diplomata», amigo de Portugal e dos timorenses.
«Presto homenagem a Ali Alatas. Foi um extraordinário diplomata. Foi meu amigo, amigo de Portugal e amigo de Timor-Leste», sublinhou à agência Lusa Ana Gomes, ex-embaixadora de Portugal na Indonésia.
A eurodeputada contou que lidou muito com Ali Alatas durante os anos que viveu em Jacarta, Indonésia, e que nessa altura percebeu o quanto o antigo ministro indonésio dos Negócios Estrangeiros apreciava Portugal e a herança cultural portuguesa na Indonésia.
«Ali Alatas ajudou o povo indonésio a ultrapassar o choque da perda de Timor-Leste e foi um negociador com Portugal no acordo de 05 de Maio de 1999 que permitiu que os timorenses pudessem expressar finalmente a sua opinião sobre o seu destino», frisou.
«Foi decisivo para fazer a Indonésia honrar o compromisso e honrar a escolha feita pelos timorenses. Só posso dizer que presto tributo a um grande diplomata», concluiu.

sábado, dezembro 06, 2008

O artigo do Público sobre as agências.

A primeira coisa que fiz depois de ler o trabalho do Público foi felicitar o jornalista pelo seu esforço de isenção. Quem procede assim, ainda que alguem o possa ter levado a escrever algumas imprecisões, de pouca relevância, quanto a mim, a mais não é obrigado. Aliás, não esperava que o fizesse de outra forma, em relação a mim. Soube olhar para a floresta e não se deixou confundir.

A dor de corno é um mal característico do português pequenino.

Mas passa-lhes. Que remédio.

O publicitário e o taxista.

Acabado de aterrar num aeroporto nos Estados Unidos, um especialista em comunicação apanha um táxi e dirige-se ao hotel. Aproveita a viagem para verificar o eixo de uma sua campanha de comunicação. Ao passar por um anúncio a um dentífrico pergunta ao condutor:
_ então meu amigo, o que acha daquela pasta de dentes.

O condutor, logo lhe responde:
_ eu não acredito em publicidades. Prefiro aquela marca que não faz a publicidade. Eu sou daqueles que sabe o que quer e escolhe o melhor.

Certo. Objectivo atingido, pensou o publicitário. Era esse o eixo da campanha e o objectivo de comunicação do produto dentífrico que promoveu. Um pasta de dentes para pessoas que não são influenciadas pela publicidade e que sabem o que querem. Um produto que não precisa de publicidade. Cá está uma comunicação de um produto feita de acordo com uma estratégia diferenciada.
Ou será que como não se vê, não se consegue ver, ou não se é capaz de entender, tal significa que a organização A não estava a comunicar o seu produto.

Noutros tempos, nos testes de cervejas, a minha cliente, tinha índices de memorabilidade maiores e vendia que se fartava. Ganhou a liderança. A concorrente, na altura, era primária, e ia a pique. Uma mostrava paisagens e bons momentos. A outra comunicava ostensivamente cerveja e produto.

APECOM

Ser a voz reconhecida de um sector, exige sabedoria. Implica saber congregar esforços e unir. O escolhido tem de conseguir aprofundar o que une o sector.
Para ser dirigente de uma associação representativa das agências de comunicação é preciso possuir ou desenvolver algumas características humanas: humildade, respeito, ponderação e bom senso. Com estas qualidades o resto acontece.
Recordo-me do tempo em que éramos poucos na APECOM, e que sem perdermos a individualidade, o espírito concorrencial, nos reuníamos, rotativamente, nas instalações de cada agência, dando os primeiros passos para consolidar uma profissão ainda desconhecida e pouco diferenciada. Nessas reuniões participavam os pioneiros. O Luís, o Lampreia, o Alexandre, o Almeida Fernandes, o Letria, o Matos, a Assunção, a Alda e um outro amigo cujo nome não me recordo. Eu era um principiante. Dirigia a EMIREC. Fui bem recebido e acarinhado pelos que lá andavam. Não éramos melhores, apenas diferentes. Nunca senti, como já presenciei nos últimos tempos, novos actores a provocar quem anda a trabalhar na área há muito.
Porque não concentram essa energia para conquistar clientes e a inovar?
Acho, que a bem de todos, do sector, dos clientes, dos nossos colaboradores, para unir, é chegado o momento de quem não tem aquelas qualidades de liderança e humildade apuradas ou não as consiga colocar em evidência, ao serviço do sector e de todos, seja lá qual for o motivo, que se afaste. Sair, é também um acto de sabedoria. O princípio de uma caminhada de aperfeiçoamento. Nunca é tarde.

Há que saber respeitar todos, os que iniciam e os que cá andam faz muito tempo. Há que reconhecer que o que é importante para uns, como promoção pessoal ou empresarial, não é seguido e adoptado por outros.
Por fim, sempre podemos promover-nos ou deixar que os outros o façam por nós, ainda que involuntária ou desastradamente.
Os caminhos da comunicação são diversos. O que conta são sempre os objectivos da mesma. O resto é perda de energia.
Pode ser que um dia possa voltar a participar na família desta ou de outra APECOM.
Respeitem-se, ao menos.

João Tocha
Director Geral da F5C
Consultor de Comunicação
Av. da Liberdade 230-3
937416085

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Alexandre Relvas. Um actor político a seguir.O PSD segue dentro de momentos.

Alexandre Relvas nasceu em Luanda a 19 de Agosto de 1956. É casado e tem quatro filhos.
Licenciou-se em Administração e Gestão de Empresas na Universidade Católica Portuguesa onde
desenvolveu actividade académica até 1991. Ainda como estudante foi Monitor de Estatística,
tendo mais tarde sido Assistente de Introdução à Gestão e Gestão Financeira e Encarregado de
Curso de Instituições e Mercados Financeiros.
Da actividade profissional desenvolvida merece destaque a criação e administração, de 1986 a
1990, da Interfinança - Sociedade Gestora de Patrimónios que veio a ser integrada no Grupo
BCP. Foi também ao longo daquele período Administrador da Interfundos - Sociedade Gestora
de Fundos de Investimento Mobiliário do Grupo BCP.
De 1990 a 1991 foi accionista fundador e Administrador da Fonsecas & Burnay, Sociedade
Gestora de Patrimónios, hoje integrada no Grupo BPI.
De 1991 a 1995 foi Secretário de Estado do Turismo do XII Governo Constitucional.
Desde 1996 Vice-Presidente da Logoplaste - Consultores Técnicos, S.A., e Administrador da
Norfin – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário